segunda-feira, 27 de maio de 2013

Vestuário: Durante o Período Renascentista


Durante a Renascença (séculos XV a meados do XVII, variando entre autores e regiões da Europa), a roupa é alçada a uma nova condição social. Com a ascensão da burguesia mercantil, a partir do século XIV, a moda passa a ser, mais do que nunca, um instrumento de diferenciação social, ao lado da arte. As famílias burguesas expunham ao mundo sua riqueza e prestígio nas vestimentas, o que, por sua vez, ajudava a manter funcionando o profícuo comércio de tecidos que movimentava a Europa. E financiar artistas que as retratassem em toda a sua pompa e glória era, igualmente, um mecanismo que provar ao mundo quão rica era a família. É através desses registros que temos alguma ideia do que eram os trajes renascentistas. Na França, Espanha e cidades italianas desenvolveu-se um lucrativo mercado de pinturas de retratos de nobres e burgueses ricos, que nos permite conhecer o que havia de mais suntuoso nos seus guarda-roupas. Na região da atual Holanda, desenvolveu-se um outro estilo artístico, que retratava cenas do cotidiano da pequena burguesia e dos próprios camponeses.

Durante a Renascença, houve uma revalorização do preto nas roupas, em grande parte devida ao gosto soturno da corte espanhola pela cor. Alguns pesquisadores apontam que a preferência pelo preto se baseava puramente na vaidade: como as roupas passaram a utilizar bordados cada vez mais complexos e refinados (à base de pérolas e pedras preciosas) e o uso de jóias pesadas era bastante apreciado, o preto se apresentava como uma cor que ressaltava estes pequenos detalhes de riqueza. Os tecidos mais apreciados e caros eram o algodão (importado da Índia), seda, veludo, cetim e brocado.

Traje Feminino:                                                                                                                                                

A base do traje continuava sendo a chemise (“smock” ou “shift” em inglês, “carmicia” em italiano), que servia para proteger as outras peças do suor e da oleosidade da pele. Vale a pena dizer que nesse momento da História o banho de imersão não era um hábito muito difundido na sociedade européia, o que fazia da chemise uma peça de roupa de baixo não apenas útil, mas indispensável. Ao contrário da chemise medieval, a renascentista podia ter muito mais volume de mangas e corpo; não era raro, em alguns trajes, que a camisa tivesse bordados nas mangas, que ficavam à mostra sob as outras peças.  As meias eram indispensáveis para homens e mulheres e iam desde modelos mais frouxos e simples até as complexas hosen, meias coloridas, em seda e outros tecidos nobres, que ficavam ajustadas ao corpo.



Um vestido típico do início do século XVII.

Traje masculino:


Os homens usavam um pequeno turbante chamado chaperon. Calçavam poulaines, sapatos pontiagudos que chegavam a ter até 20 cm e a ponta era levantada a atada aos joelhos por uma corda para conseguir andar. Eram flexíveis, de entrada baixa, sem salto e bico fino. Até as armaduras tinham compridos os sapatos de ferro de bico revirado. Quando as famílias encomendavam sapatos, era 24, 50, 60 pares de uma só vez, pois eram sapatos de grandes pontas arrebitadas (as polónias), não suportavam a lama; as compridas pontas se deformam, os ornatos perdem o brilho, e em três dias estão completamente estragados, esses sapatos que exigiram um mês de trabalho.



Trajes Reais:


Traje usado por Vincenzo Gonzaga, duque de Mântua
Vestido de duquesa Eleonora de Toledo


sábado, 25 de maio de 2013

Principais Obras do Renascimento

                                                
                                                   Rubens, O Rapto das filhas de Leucipo  


                                      
                                                                      O tributo da moeda


                                   
                                                               O nascimento da Vênus
 
                                  
                                              O pecado original e a expulsão do Paraíso


                                   
                                                                   A criação de Adão


                                                     
                                                      Santa Catarina de Alexandria


       
    A Escola de Atenas


 A Ressurreição de Cristo


      
                                                                    Mona Lisa

                   
                                       
                                                          A Batalha de Lepanto


                                         
                                                  O imperador Carlos V em Muhlberg

Oque é Renascimento?


As obras renascentistas foram marcadas pela riqueza de detalhes e a reprodução de traços humanos.


O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.

A razão, de acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas, ou humanismo. Tal característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo.

Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia que floresceu desde a Baixa Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e XVI. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres (hedonismo) como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em voga.

A aproximação do Renascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes centros de comércio onde a intensa circulação de riquezas e ideias promoveram a ascensão de uma notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI.

Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Esculturas Renacentistas

escultura do Renascimento italiano compreende o período aproximado entre fins do século XIV e o início do século XVI, quando a escultura italiana expressou uma reação contra os princípios estéticos do Gótico e, assimilando a influência da arte da Antiguidade clássica, do humanismo e do racionalismo, desenvolveu um estilo que fundiu elementos naturalistas e outros idealistas em proporções variáveis.

 Características 
A escultura no Renascimento tomou como base e modelo as obras da antiguidade clássica e a sua mitologia, com uma nova visão do pensamento humanista e da função da escultura na arte. Como na escultura grega, procurou-se a representação naturalista do corpo humano nu com uma técnica aperfeiçoada, graças ao estudo meticuloso da anatomia humana. Na Itália conviveram os temas profanos com os religiosos; não assim em outros países como a Espanha e a Alemanha, nas quais prevaleceu o tema religiosos.

 Principais Características :

- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade 
- Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade 
- Profundidade e perspectiva 
- Estudo do corpo e do caráter humano



                                                 
                                                              Donatello, Estátua Escuetre

Música Instrumental Renascentista

  Até o começo do século XVI, os instrumentos eram considerados muito menos importantes do que as vozes. Eram usados nas danças, acompanhando o canto, porém simplesmente duplicando as vozes dos cantores ou substituindo na falta de um deles. Porém, durante o século XVI, os músicos começaram a escrever somente para grupos instrumentais. Os instrumentos se dividiam em dois grupos: os instrumentos bas ( baixo ou suave ), para uso doméstico, e os haut ( alto ), para serem tocados em igrejas, grandes salões ou céu aberto.
Alguns instrumentos, como as charamelas, as flautas e alguns ripos de cornetos medievais, continuavam populares. Outros, como o alaúde, foram modificados e outros foram inventados.

  1. Alaúde: O braço do alaúde foi entortado para trás, as cordas passaram a ser afinadas em pares uníssonos e o instrumento recebeu trastes, filetes de metal, tal como a guitarra.
                                   
2. Violas: Tinham tampo abaulado e fundo chato; seis cordas passando por um braço dotado de pontos; as violas eram mais tocadas na posição vertical, à frente do executante. 
                               
3. Cromorne: Instrumento de madeira, com pequeno tampão encobrindo uma palheta dupla, produzia um som suave, mas agudo.

4. Cervelato: Instrumento de palheta dupla e sons graves; tinha um tubo comprido, enroscado dentro de um cilindro medindo 30 centímetros aproximadamente.

5. Sacabuxa: Foi o antepassado do trombone de vara; tinha uma campana a menos bojuda e produzia som mais melodioso e cheio.

6. Trompete: seu tubo foi dobrado, fazendo voltas, ficando assim mais fácil de ser manejado. Até o século XIX, enquanto ainda não havia sido inventado o sistema de válvulas, foi instrumento de poucas notas, obtidas pela pressão dos lábios.



A música Renascentista

A Renascença, na música, data do século XIV no sul da Europa e de um pouco mais tarde no norte europeu. Os compositores desejavam escrever música secular sem se preocupar com as práticas da Igreja. Sentiam-se atraídos pelas possibilidades da escrita polifônica, na qual cada voz podia ter sua própria linha melódica. A escrita polifônica fornecia oportunidades técnicas para efeitos de grande brilho, que eram impossíveis até então. Uma forma secular de composição, o madrigal, surgiu no século XIV, na Itália. Os compositores escreviam madrigais em sua própria língua, em vez de usar o latim. Compositores flamengos escreveram obras neste estilo, embora se dedicassem quase essencialmente à composição sacra.


                                                        

Arquitetura Renascentista

  A arquitetura renascentista representou, depois da modalidade românica, um momento de rompimento na história da arte arquitetônica, nos seus mais diversos aspectos, ou seja, nos recursos utilizados por esta esfera no âmbito da criação; nos seus meios de expressão e no seu corpo teórico.
  Os arquitetos, neste período, investem-se de uma autonomia cada vez maior, adotando um estilo individual. Eles são fortemente influenciados pelo Classicismo, particularmente pela criação arquitetônica desta época, respeitada como o padrão mais primoroso de todas as produções artísticas e até mesmo da existência humana.
  Esta arquitetura primou especialmente pelo resgate da Antiguidade Clássica. Ela procurava aliar a visão de mundo cristã com este universo considerado pagão pela Igreja. Era fundamental que esta opção artística procurasse agradar esta instituição, pois o Renascimento destacava-se especialmente na Itália, marcada claramente pela presença do Vaticano.
                                         




                                             
                                                        Palácio de Frederiksborg, Dinamarca.

  Assim, tudo que pertencia ao mundo antigos dos gregos e romanos era aproveitado na concepção arquitetônica renascentista – a busca da Beleza mais perfeita, a disposição ordenada dos elementos de um prédio, a tradução da esfera das idéias nas linhas dos edifícios, os arcos de volta-perfeita, a influência da composição formal da Natureza, vista como modelo de perfeição, a singeleza das obras, a forte presença dos aspectos humanistas, a utilização sistemática da perspectiva, entre outros elementos.
  As principais edificações deste período são igrejas, residências construídas no perímetro externo da cidade, fortalezas que assumiam um papel bélico, entre outras. O arquiteto mais conhecido desta época é Brunelleschi, que ao mesmo tempo atuava nos campos da pintura, da escultura e da arquitetura. Além disso, também conhecia bem a Matemática e a Geometria, e era um especialista na compreensão da produção poética de Dante Alighieri. Entre suas obras principais estão a cúpula da Catedral de Florença e a Capela Pazzi.


                                    
                                                 Scuola Grande di San Marco, Veneza.